quinta-feira, 3 de julho de 2008

O chefe, segundo Levi-Strauss

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Sobre os chefes Nambikwara:

"O consentimento está na origem do poder e é também o consentimento que mantém a sua legitimidade. Um comportamento repreensível (...) ou manifestações de má vontade da parte de um ou dois descontentes podem comprometer o programa do chefe e o bem-estar da sua pequena comunidade."

"O chefe não deve apenas fazer bem; deve tentar - e o grupo conta com ele para isso - fazer melhor que os outros."

"Como é que o chefe desempenha estas obrigações? O primeiro e o principal instrumento do poder consiste na sua generosidade."

Tristes Trópicos, p. 307

Sobre George Dumas, fundador da Universidade de S. Paulo:

"Eu tinha sido aluno de George Dumas, no tempo do tratado de Psicologia "
Tristes Trópicos, p. 13

"pouco aprendíamos nas suas aulas: nunca as preparava."
Tristes Trópicos, p. 14

"Esse cientista um pouco mistificador, instigador de obras de síntese cujo objectivo amplo se mantinha ao serviço de um positivismo crítico bastante decepcionante"

O conselho de George Dumas, para Levi-Strauss e os outros jovens professores que contratou para a Universidade de S. Paulo, terá sido:

"Será sobretudo necessário estar bem vestido"
Tristes Trópicos, p. 16

"George Dumas tinha ideias tão imprecisas como essas acerca do assunto: tinha conhecido o Brasil meridional numa época em que a exterminação das populações indígenas não tinha ainda chegado a termo; e sobretudo o convívio com ditadores, senhores feudais e mecenas de que ele tanto gostava não lhe tinha trazido quaisquer luzes sobre o assunto."
Tristes Trópicos, p. 42

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